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Monitoramento de espécies exóticas no Porto de Paranaguá utilizando placas de recrutamento
Alice Cordeiro, Manuelle de Andrade Rosa, Eliel Cardoso Alves, Rafael Metri, Pablo Damian Borges Guilherme

Última alteração: 2023-08-23

Resumo


A bioinvasão afeta diretamente a biodiversidade e a economia, alterando significativamente as comunidades nativas. Por isso um dos principais terminais portuários do porto de Paranaguá realiza o monitoramento de espécies exóticas através de conjuntos de placas de recrutamento para coleta de organismos de substratos consolidados. Estes organismos vêm sendo monitorados desde agosto de 2019 com coletas trimestrais e aqui são apresentados resultados até abril de 2023. As placas (20x20cm), de ferro e PVC, ficam dispostas na vertical em tréplica no supralitoral e mediolitoral. No primeiro ano foram coletados conjuntos com 3, 6, 9 e 12 meses de submersão, para uma ideia da sucessão ecológica da comunidade, e nos períodos seguintes todas as placas coletadas tinham 3 meses de submersão, para uma avaliação da sazonalidade do recrutamento. Cerca de 195 táxons foram registrados até o momento, destas 87 foram classificadas até ao nível de espécie. Os grupos faunísticos mais representativos em número de táxons foram Polychaeta com uma riqueza de 31 táxons, embora a maioria não seja especialmente abundante, Amphipoda com 25 e os Bryozoa com 23 táxons, seguidos de Gastropoda com 22, Ascidiacea com 17 e Bivalvia com 16 e Decapoda com 10 táxons. A riqueza é claramente maior no infra e mediolitoral, em relação ao supralitoral. Análises taxonômicas para determinação de várias espécies ainda estão em andamento, mas já é possível determinar 87 espécies nas amostras. Destas, 26% (18 espécies) são consideradas introduzidas para a região. Todas as espécies introduzidas já foram registradas anteriormente para a região, resultado das atividades portuárias (intenso tráfego de embarcações ou ainda por transporte de organismos/larvas por água de lastro) de longa data na região costeira, seja local, seja por dispersão secundária a partir de áreas portuárias conectadas pelo tráfego ou correntes marinhas. É importante assegurar a qualidade ambiental de toda a região estuarina, associado aos monitoramentos para detecção precoce de introduções e medidas mitigatórias quanto ao impacto negativo do estabelecimento de espécies invasoras.

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