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CARANGUEJOS SESARMIDAE NOS MANGUEZAIS DO LITORAL DE SÃO PAULO E DO PARANÁ
Alessandra Cristina de Barros, Kevlyn Caroline dos Santos Pinto, Murilo Zanetti Marochi, Cassiana Baptista Metri

Última alteração: 2023-08-06

Resumo


Os caranguejos da família Sesarmidae são animais semiterrestres, de pequeno porte e caracterizados pela carapaça quadriculada e achatada. A família conta com 265 espécies de distribuição tropical e subtropical. Alguns representantes são encontrados em manguezais e marismas tanto no solo quanto em bromélias, ou sobre raízes e caules de mangues. O objetivo do presente estudo foi avaliar a diversidade e a abundância da família Sesarmidae. As coletas foram realizadas em nove manguezais entre o litoral sul de São Paulo e do Paraná. Foram realizadas duas coletas, uma no verão (fevereiro) e outra no inverno (agosto) de 2022. Os indivíduos foram coletados no sedimento manualmente, usando um quadrado amostral de 1m² como delimitador. O processo foi repetido por 3 vezes em cada fitofisionomia do manguezal (franja, bacia e transição). Em laboratório, os animais foram identificados, sexados, medidos e pesados. Foram identificadas as espécies: Aratus pisonii, Armases angustipes, Armases rubripes e Sesarma rectum. Indivíduos muito pequenos foram identificados a nível de família. Foram coletados 646 indivíduos no total (193 no verão e 453 no inverno). A espécie mais abundante foi A. angustipes com 211 indivíduos, 28 fêmeas e 183 machos sendo 190 juvenis e 21 adultos. S. rectum foi a segunda mais abundante, com 121 indivíduos, 28 destes eram fêmeas, 93 machos sendo 96 juvenis e 25 adultos. Foram coletados apenas sete indivíduos de A. pisonii sendo todos fêmeas, seis delas juvenis e uma adulta. Apenas dois espécimes de A. rubripes fêmeas foram coletados, ambos juvenis. 287 indivíduos foram identificados a nível de família sendo 66 fêmeas contendo 3 ovígeras, 221 machos com 197 juvenis e 92 adultos. Não foi possível identificar os 17 espécimes restantes devido a danos nos indivíduos. A abundância de juvenis durante o inverno pode se dar devido a diminuição das chuvas, o que aumenta o fluxo de água salgada, que é ideal para a mudança de megalopa para o estágio juvenil. O estudo dessa família é importante pois são considerados bons bioindicadores de qualidade ambiental, por ajudarem na decomposição da matéria orgânica, na retenção de alguns nutrientes e na aeração do solo.



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