COMPOSIÇÃO DE MACROALGAS EM ESTRUTURAS ARTIFICIAIS NO LITORAL DO PARANÁ
Resumo
As macroalgas são organismos bentônicos, fotossintetizantes, que constituem a base da cadeia trófica marinha. Como produtores primários, fixam carbono, produzem oxigênio e, consequentemente, contribuem para a regulação do clima. Além disso, conformam habitats, fornecendo abrigo e alimento para diversas espécies marinhas. As algas dependem de vários fatores abióticos para crescer e se reproduzir, e, dessa forma, além de participarem na ciclagem de nutrientes, desempenham um papel crucial como bioindicadores e sentinelas dos ecossistemas marinhos e estuarinos globais. As macroalgas são extremamente diversificadas, exibindo uma ampla gama de tamanhos, formas, histórias de vida e cores. Elas podem ser classificadas em três grupos principais com base em seus pigmentos: algas vermelhas (Rhodophyta), algas verdes (Chlorophyta) e algas pardas (Phaeophyceae). Essa ampla diversidade, incluindo grupos morfofuncionais, resulta em uma variabilidade de funções ecológicas desempenhadas nos ecossistemas. No entanto, esses ecossistemas vêm sendo impactados pelas mudanças climáticas atuais, bem como por obras públicas essenciais, como engordas de praias, obras anti-erosão e mitigação de eventos climáticos severos em ambientes costeiros, como a construção de píeres e estruturas artificiais (EAs) semi-rígidas de contenção. Para entender o impacto dessas mudanças e dessas obras no litoral do Paraná, foram coletadas macroalgas e dados abióticos (temperatura, salinidade e pH) em cinco EAs recentemente construídas nas praias de Matinhos - PR, e em dois pontos de controle natural: o costão do Pico de Matinhos e a Ilha do Farol, permitindo a comparação com listagens pretéritas realizadas há uma década. Espera-se obter respostas sobre como obras públicas costeiras e eventos climáticos severos, como as atuais ondas de calor, afetam e impactam a riqueza ficoflorística do litoral do Paraná. O presente trabalho visa, portanto, realizar um levantamento abrangente das macroalgas, gerando dados cruciais para a atualização das listagens, que possam também formar uma base de dados sobre a composição de macroalgas em EAs, possibilitando o monitoramento ambiental em médio e longo prazo nesta região.